João Pombo Barile
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado: uma história do Suplemento Literário de Minas Gerais
Este projeto tem como objetivo contar parte da história do Suplemento Literário de Minas Gerais (1966-1991) e sua relação com Murilo Rubião, fundador do jornal. Ao unir nomes já consagrados a autores iniciantes, Murilo conseguiu estabelecer um diálogo entre tradição e vanguarda. A ideia deste ensaio surgiu depois de muitas conversas com o escritor Silviano Santiago. E de um texto seu chamado “A permanência do discurso da tradição no modernismo”. A pesquisa se dividirá nas seguintes etapas:
I) A criação do Suplemento Literário
O SLMG, surgido em setembro de 1966, retomou uma antiga tradição do Diário Oficial do Minas Gerais, que sempre teve uma seção noticiosa de literatura. Vou contar um pouco dessa história e do surgimento da chamada Geração Suplemento. Esta parte irá de setembro de 1966, quando o jornal é fundado, até a perseguição que o escritor e crítico Rui Mourão sofreu dos militares, em 1970.
II) O velho e o novo
Esta parte vai compilar a série de depoimentos, “O escritor mineiro quando jovem”, que mais tarde teria matérias para escritores de outros estados. Além disso, serão listadas, e analisadas, as traduções feitas no período por escritores como Sérgio Sant’Anna e Jaime Prado Gouvêa. Esta parte da pesquisa conta como Ângelo Oswaldo, com apenas 23 anos de idade, se tornaria diretor de redação e abriria o jornal para outras áreas além da literatura: música, cinema e artes plásticas.
III) A censura no Suplemento
Aqui vou analisar o período em que o escritor Mário Garcia de Paiva dirigiu a redação. Junto com a crítica literária Maria Luiza Ramos, analisarei o episódio de censura sofrido pelo periódico quando um número especial, uma amostra do Conto Brasileiro Atual (24 textos de ficção), foi mutilado pela censura. Vamos mostrar como jornalistas se mobilizaram para denunciar a censura que o Suplemento estava sofrendo.
IV) A abertura política
Na última etapa analisarei o período em que Wander Piroli esteve no comando e sua renúncia. Vou mostrar como Wander inovou na diagramação e parte visual do jornal, publicando literatura de cordel e abrindo espaço aos escritores que eram abertamente contra o regime militar.
Por fim, pretendo estudar o período final da vida de Murilo Rubião, quando o contista, ao ser nomeado diretor de Imprensa Oficial por Tancredo Neves em 1982, irá promover uma nova revolução no jornal.